Américo de Sousa, no “retórica”, fala sobre a “ prioridade das impressões sobre as ideias ”. É um assunto que me interessa bastante, na verdade, desde que li o Edgar Morin no “As grandes questões do nosso tempo” onde, muito no início, fala de “a componente alucinatória da percepção”. Morin ilustra a ideia com um episódio vivido por ele próprio ao presenciar um acidente de viação em que um “2 cavalos”, passando indevidamente um sinal vermelho , chocou contra um motociclista. Morin confessa que juraria por tudo que o “2 cavalos” tinha passado o sinal vermelho. Acontece que pouco depois pôde comprovar com outras pessoas que presenciaram o mesmo acidente que, de facto, tal não tinha acontecido: de facto, quem havia passado no vermelho tinha sido o motociclista. Morin explica depois qual pensa ser o motivo da sua alucinada percepção, nomeadamente, a tendência para ajudar os mais fracos perante os mais fortes, etc. Não se pode dizer que o caso da jovem entrevistada, de que Américo de Sousa