A amizade é ...
Pode ler-se aqui um post sobre a importância de ter amigos.
O autor do post dá eco a um estudo publicado na revista Veja e reproduz algumas, não sei se todas as, conclusões.
São elas:
a - Durante a adolescência, passamos mais de 30 por cento do nosso tempo com amigos. Na vida adulta, menos de 10 por cento.
b - Ao longo da vida, acumulamos cerca de 400 amigos. Mas mantemos contacto com menos de 10 por cento deles.
c - Temos uma ligação directa, em média, com pelo menos 30 pessoas. Destas, só seis são consideradas amigos próximos.
d - Quem tem um melhor amigo no escritório é sete vezes mais criativo no trabalho.
e - Quem tem um sólido círculo de amigos é 70 por cento mais feliz no casamento.
f - A tensão arterial das pessoas mais solitárias é três vezes mais alta do que a das que vivem acompanhadas.
g - Acima dos 65 anos, há três vezes mais mortes entre os solitários do que entre os que convivem regularmente com amigos, parentes ou cônjuges.
Eu não tenho nada contra estatísticas mas creio que é preciso alguma dose de bom senso para tirar conclusões dos seus resultados, bem como predispôr o espírito à critica.
Vejamos uma por uma, as conclusões acima:
a – Será que escola, trabalho ou estado civil terão algo a ver com os números encontrados?
b – Menos de 10%? Hmm, 9%? Ok, tomemos 9% de 400 o que perfaz 36 amigos. Mantemos contacto com 36!!! amigos? Vou repetir: 36????
c – Neste caso o estudo optou por utilizar a média, ou melhor duas: por uma lado 30, por outro 6. Não seria mais esclarecedor fundir as duas e dizer : “Em média, consideramos amigos próximos 20% das pessoas com quem temos uma ligação directa”? E nem falo do adjectivo (próximos) que só aparece aqui, à 3ª conclusão.
d, e – Estas são das minhas preferidas e muito utilizadas em publicidade a cremes de beleza. O que é isso de 7 vezes mais criativo ou 70% mais feliz?!?!
f – Considerando como normal uma tensão arterial de, digamos, 11/7, uma pessoa solitária terá uma tensão de 33/21?!?!?! Mesmo que EM MÉDIA?!?!?
g – Será que acima dos 65 anos há 3 vezes mais pessoas solitárias do que a conviver regularmente com amigos, parentes ou cônjuges? E porque se juntaram parentes e cônjuges a este cálculo e não aos outros?
Que um amigo não tem preço, como conclui depois o autor do post, já se sabia: sabe talvez quem o tem, sabe certamente quem o perdeu. Mas se alguém pretender tornar isso uma verdade científica (vá-se lá saber porquê) que o faça ao menos com números (ou qualquer outra técnica) com PÉS E CABEÇA.
Ou então recorra aos poetas que, sim, servem para alguma coisa.
Enfim; é por estas e por outras que comemos satisfeitos da vida cada numerinho que nos impingem uns e outros.
O autor do post dá eco a um estudo publicado na revista Veja e reproduz algumas, não sei se todas as, conclusões.
São elas:
a - Durante a adolescência, passamos mais de 30 por cento do nosso tempo com amigos. Na vida adulta, menos de 10 por cento.
b - Ao longo da vida, acumulamos cerca de 400 amigos. Mas mantemos contacto com menos de 10 por cento deles.
c - Temos uma ligação directa, em média, com pelo menos 30 pessoas. Destas, só seis são consideradas amigos próximos.
d - Quem tem um melhor amigo no escritório é sete vezes mais criativo no trabalho.
e - Quem tem um sólido círculo de amigos é 70 por cento mais feliz no casamento.
f - A tensão arterial das pessoas mais solitárias é três vezes mais alta do que a das que vivem acompanhadas.
g - Acima dos 65 anos, há três vezes mais mortes entre os solitários do que entre os que convivem regularmente com amigos, parentes ou cônjuges.
Eu não tenho nada contra estatísticas mas creio que é preciso alguma dose de bom senso para tirar conclusões dos seus resultados, bem como predispôr o espírito à critica.
Vejamos uma por uma, as conclusões acima:
a – Será que escola, trabalho ou estado civil terão algo a ver com os números encontrados?
b – Menos de 10%? Hmm, 9%? Ok, tomemos 9% de 400 o que perfaz 36 amigos. Mantemos contacto com 36!!! amigos? Vou repetir: 36????
c – Neste caso o estudo optou por utilizar a média, ou melhor duas: por uma lado 30, por outro 6. Não seria mais esclarecedor fundir as duas e dizer : “Em média, consideramos amigos próximos 20% das pessoas com quem temos uma ligação directa”? E nem falo do adjectivo (próximos) que só aparece aqui, à 3ª conclusão.
d, e – Estas são das minhas preferidas e muito utilizadas em publicidade a cremes de beleza. O que é isso de 7 vezes mais criativo ou 70% mais feliz?!?!
f – Considerando como normal uma tensão arterial de, digamos, 11/7, uma pessoa solitária terá uma tensão de 33/21?!?!?! Mesmo que EM MÉDIA?!?!?
g – Será que acima dos 65 anos há 3 vezes mais pessoas solitárias do que a conviver regularmente com amigos, parentes ou cônjuges? E porque se juntaram parentes e cônjuges a este cálculo e não aos outros?
Que um amigo não tem preço, como conclui depois o autor do post, já se sabia: sabe talvez quem o tem, sabe certamente quem o perdeu. Mas se alguém pretender tornar isso uma verdade científica (vá-se lá saber porquê) que o faça ao menos com números (ou qualquer outra técnica) com PÉS E CABEÇA.
Ou então recorra aos poetas que, sim, servem para alguma coisa.
Enfim; é por estas e por outras que comemos satisfeitos da vida cada numerinho que nos impingem uns e outros.
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