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A mostrar mensagens de 2009

Leituras - O Chão que Ela Pisa by Salman Rushdie

O Chão que Ela Pisa by Salman Rushdie My rating: 5 of 5 stars Quinhentas e tal páginas de letrinha miúda onde não há uma frase mal medida, uma palavra desnecessária. Muito cansativo, confesso. Numa breve "Nota biobibliográfica", Eduardo Prado Coelho, organizador da colecção que inclui este livro, diz: "Entre Oriente e Ocidente, da cosmopolita Bombaim dos anos 50, à vibrante Londres de cultura pop dos anos 60, até à vibrante Nova Iorque dos anos 90, O Chão que ela pisa (...) é um fresco da segunda metade do século XX e, simultaneamente, uma viagem pela permanência do mito nas sociedades contemporâneas". Exactamente; ressalto a ideia do "mito". O casal protagonista deste romance "épico" são duas estrelas da maior banda de rock do mundo: Ormus Cama e Vina Apsara. A criação, a inspiração, o comércio; a distância entre o artista e os seus seguidores; a loucura: tantos mundos. Inesquecível. View all my reviews >>

Lá vivemos o nosso "diazinho da democracia"

Lá fomos nós exercer o nosso dever cívico e político, direito humano de alimentar o mito de que contamos para alguma coisa. No final de um dia de furacão: de gente e de papelada, chegam os resultados e as declarações generalizadas de vitória. O PS, o único partido a perder representação (só perde 20% dos votantes e deputados que teve em 2005 - um dos dedos de uma mão) é o grande vencedor do dia: "Uma vitória extraordinária", considera o seu líder. É só o princípio de mais 4 anos de pantomima.

E depois, tu

Por uma força qualquer no arco das ramadas, aprendi a iludir a insónia com voltas muito certas de massa folhada ou bilros e a não deixar a fruta sucumbir. Por uma força qualquer no rigor da sombra, habituei-me ao desenho das rotundas e ao papel do vento nos relógios. Aceitei por fim uma certa forma de medir o sal, de pesar o medo, de não desconfiar do silêncio das portas ou da firmeza dos cabides. Havia uma regra, uma força qualquer no arco das ramadas e no rigor da sombra. E depois, tu. David Fernandes

Os livros da "Temas Originais" no Porto

No Porto, livrarias onde se poderão encontrar os livros desta editora Almedina Arrábida Shopping Praceta Henrique Moreira, 244 - Afurada 4400-475 V.N. Gaia Fnac Santa Catarina Edifício Palladium Rua Santa Catarina, 73 4000-449 Porto Index Livraria Rua D. Manuel II, 320 r/c 4050-344 Porto Telef.: 226 094 805 Livraria Nunes Avenida da Boavista, 887 4100-128 Porto Telef.: 226 002 469 UNICEPE Praça de Carlos Alberto, 128 - A 4050-159 Porto Telef.: 222 056 660 * mais informação aqui

Convite - Henrique Pedro

O autor, Henrique Pedro , e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “ Angústia, Razão e Nada ” a ter lugar no Ateneu Comercial do Porto, sito na Rua Passos Manuel, 44, Porto, no próximo dia 19 de Setembro, pelas 16:00. Obra e autor serão apresentados pelo poeta Xavier Zarco. Saiba mais em: http://www.temas-originais.pt/

Convite

É já na próxima sexta-feira, dia 11 de Setembro, pelas 22:00 na Tertúlia Castelense .

Anibal Beça (1946-2009)

Anibal Beça, nascido a 13 de Setembro de 1946, faleceu hoje, 25 de Agosto de 2009 ANIBAL BEÇA é o nome literário de ANIBAL AUGUSTO FERRO DE MADUREIRA BEÇA NETO, poeta, tradutor, compositor, teatrólogo e jornalista, nasceu em Manaus, na Amazônia brasileira, em 13 de setembro de 1946. Trabalhou como repórter, redator e editor, em todos os jornais de Manaus. Foi diretor de produção da TV Cultura do Amazonas, Conselheiro de Cultura, consultor da Secretaria de Cultura do Amazonas. Vice-presidente da UBE-AM União Brasileira de Escritores, presidente da ONG “Gens da Selva”, onde atualmente exerce o cargo de vice-presidente, bem como de presidente do Sindicato de Escritores do Estado do Amazonas e presidente do Conselho Municipal de Cultura;.é membro da Academia Amazonense de Letras. Neste ano de 2009, completa 43 anos de atividade literária e 45 de atuação na música popular, tendo vencido inúmeros festivais de MPB por todo o Brasil. Em 1994 recebeu o Prêmio Nacional Nestlé, em sua sexta versã

25 - Massarelos

Está uma chuvinha tão miúda que não cai; rodopia ao sabor de um vento ainda inútil, incapaz de incomodar uma folha por mais minúscula ou desacertar nem que seja um pouco mais o já desacertado voo de uma borboleta se as houvesse por aqui. Um velho ao meu lado tosse com um esforço arrastado e escarra sem parar num lenço que nem me atrevo a olhar; o motorista enfadado tem ambas as mãos cerradas a apoiar o queixo, cotovelos nas coxas. - Nem imagina o que vão fazer no terreno da antiga fábrica da sardinha! O Canário no livro à minha espera e o motorista a fingir - Pois é; a Bininha já falou nisso. - Já viu?? Então ... O Canário a desistir e deixar-me ouvir ... como é que se autoriza uma coisa assim? Doze andares? Doze?!? Diz que lá para o Natal do ano que vem estará pronto, cheio de gente nova, e velha, gente com dinheiro pois claro. E os que cá estavam cá estarão caladinhos como ratos, que são piores que ratos, cá mais p'ra trás a ver o rio por um canudo. Vota a gente p'ra isto. Ap

Páginas inesquecíveis

Extracto de “O chão que ela pisa” de Salman Rushdie «A honestidade na vida não é a melhor política. Só, talvez, na arte. A morte não é a única partida e, no meu novo papel de fotógrafo de partidas, desejava documentar algumas partidas mais quotidianas. No aeroporto, espiando o desgosto das despedidas, eu buscava o único rosto sério no meio da chorosa multidão. À saída dos cinemas estudava os rostos daqueles que saíam dos seus sonhos para a dura realidade, com os olhos ainda cheios de ilusões. Procurei encontrar histórias e mistérios nas idas e vindas nos átrios dos grandes hotéis. A partir de certa altura deixei de perceber porque é que fazia tais coisas e foi a partir daí, creio eu, que as fotografias começaram a ser melhores, porque deixaram de ser a meu respeito. Tinha aprendido o segredo de me tornar invisível e de desaparecer no meu trabalho.»

Páginas inesquecíveis

Extracto de “Mulher em branco” de Rodrigo Guedes de Carvalho «A mãe há-de desculpar-me, se é que estas coisas se desculpam, eu não ter estado presente na sua morte. Mas se quer saber há uma outra coisa pior que quero que me desculpe. Que gostaria que me desculpasse. Quando a mãe morreu, eu fiquei na mesma. É certo que não estive presente porque o pai não me chamou, o pai não me avisou, nem a mim nem ao Paulo, como tanto lhe pediu, certamente estará recordada. O pai afinal não nos telefonou coisa nenhuma, como lhe garantia a sussurrar-lhe ao ouvido, para as enfermeiras não escutarem, o pai queria sossego quando visitava o hospital. Andava já encantado lá com a rapariga, que visitava a tia dela mesmo ao seu lado. É até estranho pensar que a mãe morreu quase ao mesmo tempo que a tia dela, libertando as duas, sem o saberem, o casal de pombinhos da prisão dos comas, das macas, dos cheiros, das esperas. E quando a mãe morreu eu fiquei na mesma. Acho que estava no emprego, ou já nem sei se es

Leituras - A Consciência e o Romance by David Lodge

A Consciência e o Romance by David Lodge My review rating: 5 of 5 stars David Lodge debruça-se neste livro sobre a forma como a consciência humana é representada nos romances. Para isso recorre a obras de alguns escritores: Charles Dickens , E. M. Forster , Evelyn Waugh , Amis Martin e Kingsley Amis , Henry James , John Updike , Philip Roth e Kierkegaard . Acrescenta ainda uma entrevista que concedeu a propósito do seu Romance Pensamentos Secretos . Lodge deslinda com simplicidade e clareza as várias técnicas que cada um daqueles escritores (e ele próprio) usou para representar a consciência humana. Sendo um romancista consagrado mas também um crítico literário e um académico respeitado, não deixa pois de ser surpreendente a humildade com que confessa a sua admiração por cada um daqueles autores bem como a abertura com que fala na entrevista sobre a "oficina" onde (como) escreveu o seu Pensamentos Secretos , confessando até um ou outro erro, e desmistificando com toda a h

Leituras

História Universal da Destruição dos Livros by Fernando Báez rating: 5 of 5 stars Quatrocentas e tal páginas que nos levam constantemente de uma grande estupefacção a uma estupefacção ainda maior. Desde as tabuinhas sumérias à guerra do Iraque, uma imensa enumeração de catástrofes irremediáveis: ir-re-me-di-á-veis. 12 anos de trabalho, 30 páginas de notas, 40 páginas de referências bibliográficas; um monumento. Estou abismado com a quantidade de vezes que, ao longo da história, o Homem teve de começar tudo de novo e de como poderia "isto", hoje, ser se não tivesse de se desperdiçar essa quantidade imensa de energia. E interrogo-me: quantas pessoas se sentirão deprimidas com esta leitura? View all my reviews.

Leituras

O Apocalipse dos Trabalhadores by Valter Hugo Mãe My review rating: 5 of 5 stars Outra maravilha de valter hugo mãe. Outra vez a gente normal que não tem lugar nos livros: o seu falar, o seu sentir, o seu ser tão especial. Todas as pessoas que saibam o que significa "assurriar" vão adorar este livro. É garantido. View all my reviews.

Leituras

Órix e Crex - o Último Homem by Margaret Atwood My review rating: 4 of 5 stars Que o Homem não é digno de confiança está mais do que visto. Sobre ao que essa falta de competência (aliada a uma inabalável consciência do contrário) pode levar o mundo, Margaret Atwood apresenta neste livro uma hipótese mais do que plausível; aterradoramente mais do que plausível. View all my reviews.

Leituras

O Arquipélago da Insónia by António Lobo Antunes My review rating: 5 of 5 stars Inesquecível. O melhor (o que será isso!?!?!) livro que li em toda a minha vida. Espanta-me que não seja capaz de "contar a história" ainda que pequena fosse; um pequeno episódio; uma coisinha qualquer. Nada; acho que não se pode. É um "cubo" maciço de vida. Não em fatias ou pedaços mais ou menos lineares mas a vida como ela é: milhares de palavras enredadas, simultâneas; frases paralelas, entrecruzadas (literalmente - chega a colocar frases, parágrafos, no meio de uma palavra, mesmo no meio), ideias que se atropelam constantemente; o que as nossas cabeças são por dentro. Diz-se que cada cabeça é um universo; Lobo Antunes mostra como. Não queria nada terminá-lo. Estou meio abalelado ainda. Nota : começar pela 3ª parte (a última) pode facilitar a leitura. Não me responsabilizo por eventuais "perdas" ou desilusões; é favor usar esta nota com cuidado. View all my reviews.

Leituras

O Labirinto das Azeitonas de Eduardo Mendoza My review Delirante. A personagem principal é uma espécie de Dom Quixote do nosso tempo: o discurso artificialmente (e despropositadamente) palavroso, as alucinações. A trama é de alguma forma vulgar: alguém incumbido de uma tarefa que não pára de meter os pés pelas mãos. Um livro divertidíssimo que arranca gargalhadas inusitadas, posso garantir. Cuidado onde se lê: num transporte público ou à espera da consulta no dentista, pode ser mesmo embaraçante. Embora o elevado grau de delírio e até inverosimilhança, não se pense que é um livro "de brincar"; diz coisas muito sérias. A aparência caricatural que o autor imprime às pessoas e às situações, pode levar o leitor a menorizar a obra. Não é uma obra menor. Mas pode ser lida como tal, sem grande prejuízo: pelo menos, divertimento é garantido. View all my reviews.

As coisas ...

... que um livro é.

For You...

Um desejo assíncrono

New Year's Wish Perry Blake Streets are full of people Laughter echoes through the halls Christmas makes me dizzy I have many friends to call And pockets full of promises I tried to keep them all Calling out for someone To replace the one that's gone Sparkles like the diamond That you've hidden in your room I look into this night sky And I wonder, where are you? And winter's full of memories That summer leaves behind A new year's wish, an offering To give another try And pockets full of promises I tried to keep them all Calling out for someone To replace the one that's gone

"Inteiramente dentro"

(é segredo) procurar como fome e sempre ser amanhanoitecer luminárias de tempestade guiam fátuas os ventos de fim toda a cor uma intuição e matiz nada ou desperdício detritos rumo ao vazio da expansão do sentir contracção da espera novos usos e dicionários zarpar não ser abandono ou regresso e cataclismo apenas uma teoria cinemática sabê-lo exactamente falência iminente e no entanto surgires solidão anjo e no entanto surgires gugol "inteiramente dentro" DAVID AUGUSTO FERNANDES

Leituras - Manuel Alegre

De Momentos "(Os anos passarão. Os canteiros hão-de gerar um outro buxo. Outros pássaros virão cantar nos ramos altos do pinheiro manso e dos plátanos. A tia morrerá. E a casa e o jardim, a própria vila, suas rotinas, seus ritmos e seus ecos. Não ficará senão a tua voz na tarde calma. Olá, disseste. E a terra começou a tremer.)" MANUEL ALEGRE, A Terceira Rosa Publicações Dom Quixote, 1998

Johan Adonis - nome de parasita

Johan Adonis tem um blog e é um falsário, um parasita. Nesse blog, este "senhor" publicou um post no dia 10 de Setembro de 2008 (post esse já retirado ) em que nos dava conta de ... "(...) um dos versos meus que recitei no Folctech 2008 realizado pelo Colégio São José, onde fui agraciado juntos com outras pessoas da nossa terra que contribuem de alguma forma com a cultura e o desenvolvimento do nosso município , com uma placa de reconhecimento cultural." Esses "versos" intitulados "Agasalho de poeta" são afinal um poema de Nathan de Castro intitulado "Soneto com nó" e foi editado em 2005 no livro “ 1001 NOITES DE SONETOS E RABISCOS ” e publicado no seu blog pessoal em 5 de junho de 2006 . O que leva alguém a expôr-se ao ridículo de uma situação destas, é coisa que me escapa completamente. O referido “parasita” de seu nome Johan Adonis retirou o post onde publicava o poema (o que, só por si, é uma assunção de qualquer coisa) mas o goog

Ai!

"Não existe obsessão maior do que a do «universal» na verborreia dos incapazes. Toda essa verborreia é, no entanto, duma consagrada sonoridade. Ninguém discute a razão do epíteto sublime, ninguém ousa gritar que o rei vai nu. Ninguém - numa casa de fado - discute a lágrima nem a saudade. E tanto o fado como a crítica «humanista» são, todavia, a expressão acabada da violência, a apologia descarada do massacre. Com a agravante de massacrarem sem remissão os direitos fundamentais da inteligência." JOSÉ MARTINS GARCIA, Linguagem e criação, 1973 Assírio & Alvim

Leituras IV

Uma maravilha. O simples facto de uma mente brilhante, de alguma maneira, assumir a sua inabilidade para tratar convenientemente determinados assuntos é, no mínimo, desafiante para quem lê. Percebe-se a imensidão que é a "cabeça" deste homem. Sendo um livro constituido por 7 "pequenos" ensaios sobre outros tantos temas, o desfile de interrogações é maciço e sufocante. Os temas são tão diversos quanto surpreendentes: a experiência do sexo em línguas diferentes, as reivindicações do sionismo, um amor mais intenso pelos animais do que pelos seres humanos, o privilégio dispendioso do exílio, a teologia do vazio, o ensino, a China e Joseph Needham . É um livro que, mais do que solucionar, interroga. Natural num professor. É o que na minha opinião deve fazer um professor: interrogar e, com a mesma força, motivar a procura autónoma de respostas. George Steiner fá-lo de forma magistral. É um livro que eu recomendaria a toda a gente; quem sabe fazê-lo leitura obrigatória nas

Jackson Pollock nasceu há 97 anos

incomunidade: A este Porto Ígneo e Radioactivo

Tive a felicidade de ouvir "este" poema, por voz própria, numa sessão de poesia memorável no Café Progresso. Já não sei quando foi, já não o encontro - o momento (e agora lembrei-me do filme "A casa da Lagoa" porque ou se sabe exactamente o momento ou não se pode lá voltar). Trouxe-o emmigo (já suspeitava da impossibilidade de regresso) e consegui até obter uma cópia devidamente autorizada do dito que, por elementar justiça, há muito tempo queria dar a conhecer. Por pudor, aquele pudor que nos obriga a esconder o que de nós há de mais íntimo (sim: há poemas que tomamos para nós; sim: há poemas que ficam a ser nós) nunca o fiz; uma injustiça. Mas eis que hoje, por um mero acaso, o descobri algures por aí já à vista. Alguém colocou a justiça acima do pudor e eu agradeço muito a quem me tirou um peso enorme dos ombros, do peito e da consciência. Ei-lo ali à vista (e aqui inesquecível). Obrigado e obrigado incomunidade: A este Porto Ígneo e Radioactivo