E depois, tu
Por uma força qualquer no arco das ramadas,
aprendi a iludir a insónia
com voltas muito certas de massa folhada ou bilros
e a não deixar a fruta sucumbir.
Por uma força qualquer no rigor da sombra,
habituei-me ao desenho das rotundas
e ao papel do vento nos relógios.
Aceitei por fim uma certa forma de medir o sal,
de pesar o medo, de não desconfiar do silêncio das portas
ou da firmeza dos cabides.
Havia uma regra, uma força qualquer no arco das ramadas
e no rigor da sombra.
E depois, tu.
David Fernandes
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