COISAS QUE SE DIZEM Chegar de automóvel a uma cidade estranha é para mim o momento de pânico culminante de, pelo menos, três dias de sofisticados cálculos relacionados com distâncias, conversões numéricas de decimais para sexagesimais e vice-versa, médias horárias e outras variáveis impossíveis de determinar, talvez por isso chamadas de variáveis. Conduzir um automóvel numa cidade grande e estranha não é das minhas actividades preferidas. Ainda menos porque preciso de ler as placas toponímicas das ruas sem me distrair o suficiente para me deparar com a surpresa de um automóvel parado no meu caminho, tarde demais, demasiado perto. Em primeiro lugar, é difícil ler os nomes das ruas gravados nas suas placas, à distância a que passo delas. E depois porque, conseguindo ler um deles, tenho que olhar o mapa que sempre me acompanha nestas aventuras de modo a conseguir localizar-me no todo mais geral da grande cidade. Canso-me sempre muito depressa deste vaivém de olhares e então dou início à b