Está outra vez a recuar!
Irrita-me muito o céu tão claro
neste chão sem sombra de nuvem.
¿Pode a mão tocar a mão
e não ser linha de domínio
esse mais longe que alcança
se só um rio que eu
- que tu -
conheço faz
- mas ele antigo
e grande,
e muito forte,
e insciente -
das pontes que não podemos alimentar
pontes?
E se pudéssemos unir as margens a vau,
quantas pontes tem um rio seria cardinal irrisório,
não?
Vê como procuro saídas
deste, apenas parte de, tudo o que não se vislumbra.
Irrita-me muito o céu claro:
que chova muito,
que chova muito,
e que o rio não sofra com este meu desejo espiralado,
minha falta;
ele e com ele quantos vivem na procura da corrente contrária,
vidas inteiras tão felizes com tão só:
- Está outra vez a recuar!
David Fernandes
Irrita-me muito o céu tão claro
neste chão sem sombra de nuvem.
¿Pode a mão tocar a mão
e não ser linha de domínio
esse mais longe que alcança
se só um rio que eu
- que tu -
conheço faz
- mas ele antigo
e grande,
e muito forte,
e insciente -
das pontes que não podemos alimentar
pontes?
E se pudéssemos unir as margens a vau,
quantas pontes tem um rio seria cardinal irrisório,
não?
Vê como procuro saídas
deste, apenas parte de, tudo o que não se vislumbra.
Irrita-me muito o céu claro:
que chova muito,
que chova muito,
e que o rio não sofra com este meu desejo espiralado,
minha falta;
ele e com ele quantos vivem na procura da corrente contrária,
vidas inteiras tão felizes com tão só:
- Está outra vez a recuar!
David Fernandes
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