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França: as culpas do colonizador

Toussaint Louverture
"França: as culpas do colonizador

Muito antes da destruição provocada pelo sismo de 12 de Janeiro, o Haiti já era uma zona economicamente inviável, fragilizada por uma dívida com séculos de existência para com o seu antigo senhor colonial a França. Para os geólogos, a falha está entre as placas tectónicas da América do Norte e das Caraíbas. Para alguns, o terramoto é um sinal da ira de Deus. Vozes mais avisadas apontam para a série de déspotas que andam a saquear o país há anos. Mas, para muitos haitianos, a falha situa-se há 200 anos, directamente na França colonialista. (...)"

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“Não existem monstros e a natureza é uma só" (1)

Enquanto preparo o pregado que colocarei no forno daqui a pouco penso, como sempre acontece enquanto preparo pregados para colocar no forno - ou na grelha, em Darwin e interrogo-me se aquele olho terá atravessado o crânio pelo interior ou pelo exterior ou se sempre terá estado ali para me fazer questionar a normalidade da simetria. Hoje fui procurar aquela citação que sabia ter lido (o forno adquire ainda a temperatura ideal, nada a temer) e ocorre-me directamente dela a ideia do homem parasita e destruidor do planeta, inimigo da natureza, propalada por uma certa eco-ideologia do fim do mundo, como se o homem de hoje, que se supõe pior do que o de outrora muito mais frugal, ligado à terra e invejável, não tivesse sido resultado directo e inelutável da natureza ela própria. Não sendo assim, isto é, acreditando-se que o homem terá conseguido adquirir características que lhe permitem contrariar os instintos naturais monstruosos de que a doce mãe natureza o terá, perversamente

Dos pés à cabeça

Os incríveis tapetes persas, originais, diz-se serem produzidos com pequenos defeitos propositados, na simetria ou na coloração. Obras de realização humana, é suposto não serem perfeitas; perfeito só Deus. Lembro-me do aparecimento dos computadores na produção artística (sou desse tempo), da música ao cinema, e de pensar que um dia, seria impossível ao olhar do ser humano distinguir um Robert de Niro CGI do homem real de carne e osso. E lembro-me também de pensar, de imaginar, que, nesse tempo futuro (hoje presente), o ser humano teria a obrigação de assinalar, de alguma maneira, a verdade. Na época não conhecia ainda aquela característica dos tapetes persas, pelo que o que me pareceu uma ideia minha genial já alguém, séculos se não milénios antes, a tinha tido e, o que é mais importante, efectivamente realizado. O que aconteceu à verdade nestes 2000 e tantos anos, entre os artesãos persas e os georges lucas da actualidade, na pequena viagem de um tapete até uma conversa com o ChatGPT?

Leituras III

“Alguns dias mais tarde, Banaka fez a sua aparição no café. Completamente bêbado, sentou-se sobre um tamborete do bar, caiu duas vezes, voltou a subir, pediu uma aguardente de cidra e pousou a cabeça no balcão. Tamina percebeu que ele chorava. «O que é que se passa, sr. Banaka?» perguntou ela. Banaka ergueu um olhar lacrimejante e mostrou o peito com o dedo: «Não sou nada, está a perceber! Não sou nada! Não existo!» Depois foi à casa de banho e da casa de banho directamente para a rua, sem pagar. Tamina contou o incidente a Hugo que à laia de explicação, lhe mostrou uma página de jornal em que estavam várias recensões de livros e uma nota de quatro linhas sarcásticas sobre a produção de Banaka. O episódio de Banaka, a apontar o peito com o indicador e a chorar por não existir, lembra-me um verso do Divan ocidental-oriental de Goethe: Estaremos vivos quando vivem outros homens? Na pergunta de Goethe dissimula-se todo o mistério da condição do escritor: o homem , pelo facto de escrever l