Estilhaços
morrer de susto deve ser do coração desistir depois de muito tentar sair; e pode até ser de o conseguir. a escola tinha começado há pouco tempo e a professora como todos os dias tinha acabado a correcção das nossas redacções. ia chamar os piores, eu a sonhar e a acreditar que desta vez não era, mas - joão. se não fosse o meu pai no dia antes à noite a zanzar pela cozinha, a minha mãe - despacha-te eu a despachar-me e a letra a ficar mais torta para o final, talvez não fosse chamada. lá fomos eu e mais seis ao quadro, ali muito alinhadinhos senão em vez de duas palmatoadas eram quatro. o carlitos a chorar ainda antes de levar que depois parava, era sempre, e o raio do preto a fazer caretas. lá passou como um temporal fora de época, o vermelho de uma mão qualquer, a princípio a trepar muito depressa pelo braço acima e depois na cara a demorar como o fumo dos aviões lá muito em cima, cada vez mais largo mas muito devagarinho e depois a desaparecer sem se dar por isso. eu cuspia na mão a q...