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Escolhas e reinvenções

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"Nunca tinha compreendido que a possibilidade de nos concebermos a nós próprios como uma coisa una e ordenada, como um eu humano, depende da existência de uma probabilidade de futuro. O próprio sentido do eu assenta no facto de ele poder existir no dia seguinte também." (A morte de um apicultor, Lars Gustafsson). O personagem que diz isto, gravemente doente, vive momentos de extrema dor física, que descreve como uma "dor de incandescência branca", e reflecte sobre como essa dor "não é mais do que a exacta medida das forças que mantêm este corpo inteiro", que permitiu a sua existência, para concluir que "a morte e a vida são na verdade coisas INAUDITAS". Sou levado a pensar que talvez o apreço pela existência (e não digo vida) seja inversamente proporcional ao número de escolhas possíveis, tal como este personagem que na pouca "liberdade" que ainda possui procura, não tanto uns segundos de "alívio", mas a probabilidade d...