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A mostrar mensagens de fevereiro, 2003
Entrevista na rádio, rápida. O noticiário, impaciente, à espera da sua vez. Uma entrevistada, Drª, respondia a questões sobre os estabelecimentos prisionais; os dramas que lá se vivem: a droga, as doenças infecto-contagiosas, a claustrofobia; assuntos importantes sobre os quais há que pensar para reformular. Tudo certo. A Drª, não sei se por força da rapidez da entrevista que exigia palavras mais depressa do que o seu cérebro poderia elaborar, iniciava, invariavelmente, cada resposta, cada afirmação, com uma expressão que me lembrou algo que escrevi em tempos: "No nosso ponto de vista..." O plural do possessivo justifica-se já que ela estava a falar em nome de uma organização, um conjunto de pessoas. Já o "ponto de vista" não consigo explicar muito bem. Não estaria a falar, com toda a certeza, segundo o MEU ponto de vista!!! Por isso, encarei a utilização da expressão como muleta, como pequeno atraso, enquanto o seu cérebro procurava colocar ...