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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2008

Estilhaços

morrer de susto deve ser do coração desistir depois de muito tentar sair; e pode até ser de o conseguir. a escola tinha começado há pouco tempo e a professora como todos os dias tinha acabado a correcção das nossas redacções. ia chamar os piores, eu a sonhar e a acreditar que desta vez não era, mas - joão. se não fosse o meu pai no dia antes à noite a zanzar pela cozinha, a minha mãe - despacha-te eu a despachar-me e a letra a ficar mais torta para o final, talvez não fosse chamada. lá fomos eu e mais seis ao quadro, ali muito alinhadinhos senão em vez de duas palmatoadas eram quatro. o carlitos a chorar ainda antes de levar que depois parava, era sempre, e o raio do preto a fazer caretas. lá passou como um temporal fora de época, o vermelho de uma mão qualquer, a princípio a trepar muito depressa pelo braço acima e depois na cara a demorar como o fumo dos aviões lá muito em cima, cada vez mais largo mas muito devagarinho e depois a desaparecer sem se dar por isso. eu cuspia na mão a q

As palavras

"(...) descobrimos que as palavras não começaram por ser abstractas, antes por serem concretas - e suponho que neste caso "concreto" significa quase a mesma coisa que "poético". Consideremos uma palavra como "dreary" [triste]: a palavra "dreary" significava "manchado de sangue". Do mesmo modo, a palavra "glad" [alegre] significava "polido" e a palavra "threat" [ameaça] significava "multidão ameaçadora". Essas palavras que agora são abstractas tiveram outrora um significado forte. Poderiamos prosseguir com outros exemplos: Tomemos a palavra "thunder" [trovão] e contemplemos o deus Thunor, o homólogo saxónico do norueguês Thor. A palavra unor valia para trovão e para deus; mas se tivéssemos perguntado aos homens que vieram para Inglaterra com Hengist se a palavra servia para o ribombar no céu e para o irado deus, não me parece que eles fossem suficientemente subtis para compreenderem

Os filhos da terra

São 5 volumes (*) e contam a história de Ayla, uma menina Cromagnon (humana tal como conhecemos o homem, hoje) que com 5 anos, depois de uma calamidade sísmica que mata toda a sua tribo (família, clã), se vê obrigada a meter pés a caminho. Nessa busca de sobrevivência, encontra um clã de Neandertais, (se bem se lembram, uma espécie menos evoluída(?!), anterior aos Cromagnon) que também se viram na necessidade de procurar uma nova caverna. É adoptada por estes e fica a cargo de Iza, a curandeira do clã, que a vai iniciar na sua arte. Não é uma obra literariamente inesquecível, mas a descrição desta nossa terra há 25000 anos atrás, é maravilhosa: um mundo sem .... praticamente tudo o que sabemos que um mundo "deve" ter. Um mundo puro. Estou a terminar o primeiro volume e mal posso esperar por pegar no segundo, terceiro .... Um cheirinho do que se pode ler, e do que faz pensar: ----------------------- "Quando regressavam, Ayla deteve-se apontando uma erva com flores azuis,